Hei-de voltar, sonho meu, hei-de voltar
e passearei os meus olhos pelos teus encantos
e irei aos mais recônditos recantos
desculpar-me por há tanto não te abraçar!
E falarei aos bigodes, aos seripipis, aos caricuatas,
como é viver nesta lua mentirosa do norte,
e às zebras, aos olongos, aos guelengues, da sorte
de ver e cheirar as manhãs orvalhadas nas matas!
E vou escutar os bagres e do Cunene os jacarés
nas suas ancestrais estórias dos rios da vida,
os mabecos e os macópios que na chana têm guarida,
e na pedra quente a centopeia de mil pés!
E para meditar à sombra da mulemba gigante
levarei mirangolos e matipatipas numa quinda
e na cabaça a bulunga da mucaia do soba e ainda
o livro dos deuses na estória mais importante...
Hei-de contar, sonho meu, hei-de contar...
15-06-2005
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